Em Re-construção Constante

Não adianta parar, o caminho não termina porque você cansou. Ele termina quando você chega.







segunda-feira, março 06, 2006

Mocinhas e não tão mocinhas com suas micro-bolsinhas de florzinhas no ônibus.
O calor do início da tarde.
Eu não gosto tanto assim do verão.
No verão, os cheiros humanos se convertem facilmente em fedor.
Fios de suor escorrem, me sinto derreter, sinto óleo sobre a pele.
Até quando eu terei que passar por este caminho?


Eu quero fugir daqui agora.
Subir as escadas em desabalada carreira.
Até quando terei que me sentar nesta cadeira?
Até quando eu terei que voltar, todo dia, sob os mesmos passos?


Quantas vezes eu ainda terei que deitar e levantar?
Tem uma poeira que nunca limpam aqui nos cantos da sala.
Tem algo que me prende e me segura na bagunça do quarto.
Eles amarram as minhas pernas e sugam minha alma de canudinho.
Bem aqui, no meio deste corpo.


Preciso correr para não me tornar tão sólida a ponto de existir de fato, aqui, e ficar presa como uma mosca no gelo.
Preciso me manter líquida.
Preciso me desmaterializar.
Preciso perder o peso da existência.
Sou mais pesada do que aparento.
E tolero pouco a leveza que busco.


E ainda faço a mesma pergunta:
Como caminhar sem o chão sob os meus pés?

2 comentários:

Madame Nada disse...

Eu estou me esforçando, mas reconheço que não ao máximo.

Madame Nada disse...

Eu sei porque minha visão é turva, pesada, meus pensamentos são confusos.

Tenho me sentido um pouco mais leve estes dias, e quando me sinto assim, percebo que não devo me conformar com o estado anterior.

E se eu consegui enxergar um pouco melhor, deve haver estados mais elevados ainda.

Agora, sei que ainda ajo boa parte do tempo como um atômato.