Em Re-construção Constante

Não adianta parar, o caminho não termina porque você cansou. Ele termina quando você chega.







sexta-feira, junho 04, 2010

De Volta aos Campos (de Batalha)




Eu sinto o esfacelar de um novo dia, e ignoro o princípio de uma nova era. O mundo cai em pedaços e eu nunca resisto ao desejo de reconstruí-lo. Por isto estou presa aqui, no feitiço do tempo, neste grande dia da marmota.

Deixe o vento varrer para longe as cinzas dos mortos. Por que eu tenho escolhido sempre a promessa de um novo dia? Que é sempre o mesmo, que sou sempre eu? Por que eu caminho no deserto carregando esta bagagem inútil, estas memórias que me fazem esquecer das verdadeiras lembranças?

Eu sonho porque estou dormindo, e isto já diz tudo.

Ninguém está ou já esteve desperto por aqui.

Mas isto não me desculpa, isto não me alivia, porque não existe consolo. Desde quando eu aprendi a gostar das falsas calmarias? Está na natureza humana tentar se preservar, tentar manter um padrão e uma estabilidade - esta é a nossa maldição: nossa própria humanidade. O falso paraíso que disfarça o inferno, isto é mais maligno que a consciência da nossa própria danação.

O único caminho possível é uma nova batalha, e que esta seja final, e que eu pereça e dê lugar ao que vem depois.

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