Dê-me um sinal de vida.
Depois de um longo sono, inquieto, sem repouso.
Já percebeu que neste estado de sonambulismo o repouso não é possível?
Mas não queremos repousar. Ainda não.
Ainda mais agora, que aprendi a correr descalça.
Mais um pulo e quem sabe aprendo a voar?
Ainda que seja para me quebrar no fundo do vale.
Dê-me um sinal de vida.
Um sinal de fumaça, um pombo correio.
Acene sua mão a distância, por entre as brumas, por entre os carros e nuvens do dia.
Eu preciso saber quem ainda precisa respirar.
E quem se esqueceu? E quem se salvou?
Separados de nós por um tênue véu.
ele nos vê, eu não vejo.
Porque ainda estou aqui.
Quanto de mim ainda resta? Eu preciso saber o falta matar.
E eu não sabia ser tão resistente. Ao tempo, a chuva, a solidão.
Eu não me extinguo. Eu persevero...
E isto não é bom.
Os velhos hábitos, velhos caminhos,
velhos truques que me impedem de passar.
Eu não sabia ser tão fraca.
Dê-me um sinal, ou não.
Não importa, e por isso me dê.
2 comentários:
Quem tem algo para dar?
Eu te digo: ninguém.
Seus velhos hábitos te impedem de passar?
Pois eu te digo: você não tem aonde ir.
Você precisa saber quem ainda precisa respirar?
Eu preciso.
Mas sim, eu te vejo e você não em vê.
Mas eu te digo: esse véu é criação sua, não minha.
Mas você ainda pesna que eu existo, em algum canto, com alguma forma.
Novamente te digo: você não pode se matar.
Preste atenção, pelo menos desta vez: você não pode se matar!
Afinal, e isto é simples, quando foi que você deu nascimento a si mesma para que possa se matar?
O trabalho de parto jah dura alguns anos. Acho que vou fazer uma cezarea.
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