Como descerei pelos meus próprios cabelos?
Não cogitou Rapunzel em cortá-los e usá-los como cordas? Por acaso pensava ela que os cabelos e ela eram uma parte indivisível. Meus cabelos, dizia, meus lindos cabelos. Eles continuavam a crescer. Começavam já a devorar suas forças, como um Sansão ao contrário, tão pesados, tão longos, belos e fortes, enquanto Rapunzel se tornava mais fraca. Ai, se eu tivesse asas! Suspirava. Mas que asas seriam capaz de sustentá-la com tamanho fardo?
E assim está Rapunzel na torre até hoje, sem ninguém para salvá-la. E quem pode salvá-la de si mesma? Cada dia mais fraca, cada dia mais magra, enquanto seus cabelos estão viçosos, e fortes, e pesados. E ela sem percebe que sem eles poderia flutuar.
2 comentários:
este é um texto cheio de introspecção e estudo do ser humano!
Estudo de si mesmo! De que vale entender os outros sem saber nada de si?
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