Mais trechos deliciosos do O Despertar
dos Mágicos de Pauwels e Bergier.
Bem, deliciosos “se você quer mais a
verdade do que o conforto” (Silent Furnace).
“O conhecimento científico não é objetivo.
Assim como a civilização, é uma conspiração. Repudiam-se uma quantidade de
fatos porque eles alteram os raciocínios correntes. Vivemos sob um regime de
inquisição em que a arma mais frequentemente utilizada contra a realidade
discordante é o desdém acompanhado de risos. O que é o conhecimento em tais
condições? Na topografia da inteligência, diz Fort, poder-se-ia definir o
conhecimento como a ignorância envolvida em risos. Será por tanto necessário reclamar
um acréscimo às liberdades que a Constituição garante: a liberdade de duvidar
da ciência. Duvidar da evolução (e se a obra de Darwin fosse pura ficção?), da rotação
da Terra, da existência de uma velocidade da luz, da gravitação, etc. De tudo, exceto
dos fatos. Dos fatos não selecionados, tais como se apresentam, nobres ou não, bastardos
ou puros com o seu séqüito de estranhezas e as suas concomitâncias incongruentes.
Não excluir nada do real: uma ciência futura descobrirá relações desconhecidas
entre os fatos que nos parecem sem qualquer afinidade entre si. A ciência
precisa de ser sacudida por um espírito ávido, embora crédulo, novo, selvagem. O
mundo precisa de uma enciclopédia dos fatos excluídos, das realidades
condenadas. Receio bem que seja necessário apresentar à nossa civilização novos
mundos em que
as rãs brancas terão o direito de viver.”
...
“Um enorme esforço, não talvez para
entender o real na sua totalidade, mas para impedir que o real seja entendido
de uma forma falsamente coerente. Uma ruptura essencial. Sou um moscardo que
perturba o cérebro do conhecimento para impedir de dormir.”
...
“O que é morrer e o que é viver? Tantos
estados intermédios que recusamos ver! Há viver, que não é viver, que é apenas
evitar a morte. Há viver realmente, a despeito de ser obrigado a morrer, que é viver.
Observai por fim os estados de consciência. Como a nossa consciência oscila entre
dormir e velar! Quantas vezes a minha consciência não faz senão dormir: acreditar
que vela quando se deixa dormir! Queira Deus que, sabendo-se tão pronta a adormecer,
ela tente velar, e é então dorlar.”
Um comentário:
VELAR É TUDO
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