Em Re-construção Constante

Não adianta parar, o caminho não termina porque você cansou. Ele termina quando você chega.







quarta-feira, dezembro 05, 2012

A Civilização é Uma Conspiração




Mais trechos deliciosos do O Despertar dos Mágicos de Pauwels e Bergier.
Bem, deliciosos “se você quer mais a verdade do que o conforto” (Silent Furnace).

 “O conhecimento científico não é objetivo. Assim como a civilização, é uma conspiração. Repudiam-se uma quantidade de fatos porque eles alteram os raciocínios correntes. Vivemos sob um regime de inquisição em que a arma mais frequentemente utilizada contra a realidade discordante é o desdém acompanhado de risos. O que é o conhecimento em tais condições? Na topografia da inteligência, diz Fort, poder-se-ia definir o conhecimento como a ignorância envolvida em risos. Será por tanto necessário reclamar um acréscimo às liberdades que a Constituição garante: a liberdade de duvidar da ciência. Duvidar da evolução (e se a obra de Darwin fosse pura ficção?), da rotação da Terra, da existência de uma velocidade da luz, da gravitação, etc. De tudo, exceto dos fatos. Dos fatos não selecionados, tais como se apresentam, nobres ou não, bastardos ou puros com o seu séqüito de estranhezas e as suas concomitâncias incongruentes. Não excluir nada do real: uma ciência futura descobrirá relações desconhecidas entre os fatos que nos parecem sem qualquer afinidade entre si. A ciência precisa de ser sacudida por um espírito ávido, embora crédulo, novo, selvagem. O mundo precisa de uma enciclopédia dos fatos excluídos, das realidades condenadas. Receio bem que seja necessário apresentar à nossa civilização novos mundos em que
as rãs brancas terão o direito de viver.”
...
“Um enorme esforço, não talvez para entender o real na sua totalidade, mas para impedir que o real seja entendido de uma forma falsamente coerente. Uma ruptura essencial. Sou um moscardo que perturba o cérebro do conhecimento para impedir de dormir.”
...
“O que é morrer e o que é viver? Tantos estados intermédios que recusamos ver! Há viver, que não é viver, que é apenas evitar a morte. Há viver realmente, a despeito de ser obrigado a morrer, que é viver. Observai por fim os estados de consciência. Como a nossa consciência oscila entre dormir e velar! Quantas vezes a minha consciência não faz senão dormir: acreditar que vela quando se deixa dormir! Queira Deus que, sabendo-se tão pronta a adormecer, ela tente velar, e é então dorlar.”

Um comentário:

Paskapapoulus disse...

VELAR É TUDO