Remexendo nuns textos mais velhos achei este. Não sei se já publiquei aqui, mas está valendo.
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Eu só fico me
perguntando, como eu fui me meter nisto? Eu me meti nisto ou só me deixei
conduzir?
Quem escolhe a dança?
O quanto do caminho
que me trouxe até aqui eu construí, eu não sei. Sabe você?
As escolhas ficam
perdidas nas conexões mal feitas, nos neurônios mal dormidos, nas brechas entre
as ligações sub-atômicas da minha alma. Aquela informação que salta e eu não
pude capturar.
Porque fomos feitos
pela metade, e devemos nos fazer inteiros, mas ficamos fixados nos caminhos do
nosso dia, nos usos e costumes, naquilo que nos suga e nos dá de volta a
dívida, o buraco, o vazio. Mas o que está em volta do buraco?
Talvez o buraco seja o
espaço sólido, e em volta apenas o descampado.
Agora fica muito fácil
me perder em mim mesma, agora que eu tenho toda uma fauna dentro do meu
coração. Pessoas se tornam escadas, não existem companheiros.
Onde está você que não
está aqui comigo, eu canto para minha alma gêmea que sou eu mesma agora. Tudo
se contenta e eu perco o contato, me vou, nada mais pode me alcançar.
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