Em Re-construção Constante

Não adianta parar, o caminho não termina porque você cansou. Ele termina quando você chega.







quarta-feira, julho 19, 2006

APAGUE-ME


Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

Álvaro de Campos

Apague-me, também não existo
Sinto sono, e quando durmo, sentada
no ônibus ou na mesa de trabalho
fingindo que leio algo no computador
formas estranhas se insinuam em minha mente
ecos
sussurros
Eles falam comigo
Eles?
Eu?
Quem?
Delete-me

E Kali deletou Andra
que deletou Nataraja
Somos todos um e ninguém

Começo a esvaziar
blup blup blup
um rio escorre
Ainda falta um mar
É tanta coisa e só um ralo para que tudo saia
saia, saia
apague

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