Uma prece
Uma canção
Uma oração
ou apenas um suspiro
Que venha o fim do mundo, pois o que me ensinaram é que o que tem começo, um dia tem fim. Que venha o fim dos tempos, pois na dança de Shiva Nataraja, nos passos de Kali, está prevista a destruição. E o que há para se conservar? O que que há para se lamentar? Por que chorar pela perda ao invés de se permitir partir?
O que me ensinaram, por esses tempos, os amigos verdadeiros, os irmãos de círculo, os lobos solitários? Eu aprendi a endura. As ondas vêm e vão, o rochedo permanece, mas não permanece, ele se modifica, se prepara para o aniquilamento, para ser areia, para se espalhar pelo oceano.
Que venha o fim de todos os tempos, sejam eles maias, cristãos, demoníacos. Todo o tempo que passou precisa acabar. Todo tempo circular precisa acabar. Por que o medo? Por que tanto temer o fim de algo que não se sustenta?
E tendo disto isso, você bem sabe, que um dia depois do fim do mundo você irá acordar e tudo parecerá igual para aquele que não quer ver. Você deve saber que se não abrir bem os olhos e vigiar irá perder o fim do mundo, irá se perder.
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