
Meus olhos estavam fechados, mais do os olhos de um cachoro recém-nascido. Eu era quase um nati-morto, quase que só um corpo vazio. Eu estava lá, quase
que só matéria formada em forma de gente. Ele soprou o ar em minha boca e no primeiro beijo de toda a minha vida Ele me deu espírito. Doeu, eu sei que doeu, eu choreu e praguejei contra Ele. Então Ele pos as mãos sobre meus olhos, e com unhas afiadas cortou a membrana que me impedia de ver, eu chorei pela primeira vez, e as lagrimas rolaram junto com o sangue das palpebras recém-separadas.

Eu praguejei novamente, meus olhos ardiam e o sal do choro não aliviava a minha dor.
Mas então, quando não havia mais lágrimas para chorar, meus olhos estavam limpos e eu puder VER. E eu olhei o seu rosto e me reconheci.
Um comentário:
Comovente, pena que a maioria das pessoas não compreenda tais coisas, a sutileza é cheia de significado, a estravagancia é vazia do mesmo, vivemos num mundo de sombras é tudo que podemos ver, aquele que por ventura puderem ver a luz do sol resta o martirio.
saudações
fantasmajls@yahoo.com.br
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